Quando um usuário baixa um aplicativo, a expectativa é que a experiência seja intuitiva, funcional e satisfatória. No entanto, muitas vezes, essa jornada é interrompida antes mesmo de o usuário explorar todo o potencial da plataforma. Essa é uma realidade que Leandro Scalise, CEO da RankMyApp e especialista em marketing móvel, acompanha de perto. Buscando entender as razões por trás desse comportamento, Scalise realizou um levantamento e identificou os cinco principais fatores que levam os usuários a desinstalarem aplicativos em 2025.
O primeiro ponto crítico, segundo a análise do profissional, é a usabilidade do aplicativo. Muitos usuários desinstalam um aplicativo porque a interface não é intuitiva o suficiente. Se a navegação for confusa, o design parecer ultrapassado ou a experiência for marcada por lentidão, as chances de abandono aumentam. “A primeira impressão conta muito, e se um usuário precisa de muito esforço para entender como usar um app, ele dificilmente continuará com ele instalado”, explica Scalise.
A falta de suporte eficiente é outro motivo que aparece com frequência na análise. Quando um usuário encontra um problema e não consegue resolvê-lo de forma rápida e fácil, a frustração se instala. Ele destaca que, sem um canal de atendimento acessível e responsivo, a tendência é que os usuários prefiram buscar alternativas no mercado a insistirem em um aplicativo que não oferece suporte adequado.
Falhas técnicas e bugs recorrentes também figuram entre os principais fatores para a taxa de cancelamento. Aplicativos que apresentam erros constantes ou travamentos inesperados geram uma experiência negativa e fazem com que os usuários percam a confiança no serviço. Scalise destaca que esse é um dos problemas mais fáceis de mitigar, desde que as empresas adotem uma abordagem proativa na correção de falhas e na atualização contínua do sistema.
Outro fator apontado é a experiência de onboarding, ou seja, o primeiro contato do usuário com o aplicativo. Se esse processo for demorado, burocrático ou não demonstrar valor rapidamente, a taxa de abandono aumenta. A relação mostra que uma introdução simplificada e interativa pode reter mais usuários e reduzir significativamente as desinstalações nos primeiros dias.
Por fim, Scalise identificou que a falta de personalização e comunicação segmentada também impacta negativamente a retenção. Aplicativos que enviam notificações genéricas ou irrelevantes acabam sendo ignorados ou, em alguns casos, irritam o usuário. Estratégias baseadas no comportamento do usuário, como notificações push personalizadas e campanhas direcionadas, podem fazer toda a diferença para manter o engajamento.
Para o C-Level, entender os motivos da desistência do serviço não é apenas uma questão de analisar números, mas de interpretar comportamentos e ajustar estratégias para melhorar a experiência do usuário. “O churn elevado indica que os esforços de aquisição não estão resultando em retenção, o que pode comprometer o crescimento do negócio. Ao corrigir os principais pontos de atrito, é possível transformar a experiência do usuário e garantir resultados sustentáveis”, afirma Leandro.
A apuração do executivo reforça que, no cenário competitivo dos aplicativos, a retenção se tornou um fator determinante para o sucesso. “Empresas que buscam crescimento sustentável precisam olhar além da captação de novos usuários e investir em melhorias contínuas para garantir que aqueles que baixam o aplicativo permaneçam ativos e engajados”, ressalta o executivo.