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    Planejamento orçamentário é imprescindível para empresas superarem 2025

    O cenário econômico de 2025 vem exigindo das empresas brasileiras um nível de maturidade que vai muito além do simples controle de custos. A complexidade do ambiente de negócios, marcado por instabilidades políticas, econômicas e jurídicas, criou um contexto desafiador para prosperar e crescer de forma sustentável. Com taxas de juros elevadas e capital cada vez mais escasso, a gestão financeira estratégica deixa de ser um diferencial competitivo e passa a ser condição de sobrevivência.

    Tal realidade exige uma leitura mais afinada de indicadores monetários. Métricas tradicionais, como controle de despesas, margem de contribuição e EBITDA, embora fundamentais, representam apenas a superfície das análises.

    Em contrapartida, a grande maioria das organizações ainda enfrenta desafios básicos: a falta de previsibilidade orçamentária, a subestimação de riscos e fluxos de caixa deficitários são problemas recorrentes, inclusive, entre empresas de médio e grande porte.

    O planejamento orçamentário, antes visto como um simples exercício contábil, precisa ser entendido como um instrumento dinâmico. O novo contexto demanda um olhar aprofundado sobre estrutura de capital, grau de endividamento, retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) e outras métricas que garantam uma tomada de decisão baseada em dados reais.

    O problema é que, historicamente, para muitas empresas no Brasil, controle de finanças se resume a um fluxo de caixa básico, sem projeções detalhadas de cenários, reservas e muito menos mecanismos claros de mitigação de riscos. E é exatamente essa fragilidade que precisa ser corrigida, sob pena de inviabilizar a sustentabilidade do negócio.

    Um dos erros mais comuns é tratar o orçamento como um documento estático, elaborado uma vez por ano e revisado esporadicamente. O atual cenário de volatilidade econômica, por exemplo, impõe a necessidade de um modelo de revisão periódica e ajustes constantes.

    Empresas que adotam uma abordagem proativa, ajustando suas estratégias conforme o mercado, estão mais preparadas para enfrentar desafios e identificar oportunidades de crescimento. A automação de processos e o uso de ferramentas de análise preditiva também são aliados fundamentais nessa jornada.

    Com o custo do dinheiro mais alto, é fundamental que as empresas revisitem as suas estruturas operacionais em busca de eficiência. Isso envolve desde a renegociação de contratos com fornecedores até a reestruturação de processos internos, garantindo que cada real investido gere retorno.

    É essencial também entender que, em cenários de crise ou crescimento, a alocação de recursos precisa ser mais estratégica. O investimento pode vir antes do retorno e a empresa precisa estar preparada para sustentar esse período. 

    Se o objetivo é ampliar antes de crescer receita, é necessário aumentar equipe, espaço físico ou estoque. Em marketing, por exemplo, investir mais pode gerar melhores resultados, mas nem sempre o retorno acontece na proporção esperada.

    Além disso, o ROE pode se comportar de forma diferente conforme o momento econômico. Se antes a empresa investia R$ 1,00 para um retorno de R$ 1,30, agora pode trazer apenas R$ 1,20. Essa diferença impacta diretamente o caixa ao longo do ano e pode, ainda, comprometer a saúde financeira do negócio. Por isso, um planejamento orçamentário robusto precisa prever oscilações e construir planos alternativos.

    Ao elaborar esse planejamento é essencial mapear os períodos de maior fragilidade do caixa e como operar sem travar. Pequenas margens competitivas podem ser gerenciadas, mas se diversas variáveis adversas se acumularem, a empresa vai enfrentar dificuldades sérias. 

    O planejamento orçamentário entra justamente para evitar essas surpresas e permitir que decisões sejam tomadas de forma antecipada. Essa abordagem fortalece a sustentabilidade financeira dos negócios.

    É preciso uma visão clara sobre alavancas de crescimento. Com capital restrito, as empresas precisarão buscar alternativas para financiamento, parcerias estratégicas e modelos de negócio mais enxutos e sustentáveis.

    Por outro lado, em companhias com conjecturas mais bem estruturadas, a previsibilidade aumenta significativamente, permitindo que tomem decisões mais assertivas e blindem seus negócios contra oscilações do mercado. Ou seja, estar um passo à frente é mais um ativo valioso.

    E, embora o cenário econômico de 2025 traga desafios significativos, também abrirá espaço para aqueles que estiverem preparados para atuar de maneira estruturada e disciplinada. A história do empresariado brasileiro é marcada por resiliência e capacidade de adaptação.

    O planejamento orçamentário, aliado a uma gestão financeira profissionalizada, será um diferencial para garantir a continuidade e o crescimento nos próximos anos. As organizações que compreenderem essa dinâmica – e implementarem processos mais sofisticados – estarão em posição de vantagem.

    O futuro pertence às empresas que planejam. E, em 2025, esse delineamento precisará ser mais robusto, realista e estratégico do que nunca.

    Kleber Amora
    Kleber Amora
    Kleber Amora, executivo com quase 20 anos de experiência em administração de empresas, é CEO e fundador da Berry, consultoria empresarial com atuação internacional que já acelerou o negócio de mais de 2 mil marcas, elevando seus resultados e níveis de gestão. Formado em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Kleber Amora acumula também certificações em Liderança de Alta Performance, Marketing Estratégico, Vendas, Finanças, Gestão de Pessoas e Planejamento Estratégico.
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